estou eu na madruga boladona curtindo a festinha da ansiedade quando resolvo que ouvir música depressiva é a vibe, ouvir música depressiva é o momento.
daí que todas - todas - as que eu ouvi são românticas e fofas e falam de telefonemas e e-mails e trocas de mensagens e uma comunicação constante. do jeito que eu sempre quis ter... mas pera. eu namorei por 3 anos. e antes e depois disso tive namoros também e...
e aí eu me sinto de novo o bichinho mais bobo do mundo. como se todo mundo já tivesse vivido isso menos eu. no meu caso seria... bom, não seria a primeira vez, por certo que não.
dessa vibe de querer muito alguma coisa - no caso amor ft. comunicação - e depender de outras pessoas - no caso o 'outro significante' - tem também o problema de nunca estar 100% em algum lugar/ alguma coisa. nunca aproveitar o máximo de nada porque ou minha cabeça está longe ou eu não posso ir ou eu não estou no respectivo estado ou preciso desesperadamente estudar ou não posso por questões físicas ou eu estou cansada ou apenas.quero.dormir. são escolhas? pode ser, não sei. mas em minha defesa tenho que sempre faço o que me parece certo.
é considerado triste que a única coisa que eu faço 100% focada é meu trabalho? deve ser. provavelmente é, mas quando tudo o mais (leia-se: família e amor) pode ser resumido em 'about:blank', acho que não tenho muita escolha.
quer dizer, claro que tenho amigos incríveis e minha família é ótima. mas estão longe. muito muito longe. e os que estão perto tem mesmo essa obrigação? pensando melhor, veremos que não. ninguém tem. então eu preciso respirar e fingir que esta tudo ok e que nada me parece melhor do que continuar assim.
é claro que por baixo dos panos a gente sempre trabalha pra mudar. e eu venho tentando.
arrumei ~um trabalho~, me inscrevi na terapia. juro que tô tentando. e também tem ela. mas quanto a ela tudo que eu tenho a dizer é que às vezes a opção mais plausível me parece dar um google em lobotomia+caseira. pra ver se sai.
mas às vezes fingir me parece mais negócio, sabe? simplesmente trocar a playlist. e fingir que está tudo bem.